Cross Road Blues

Diretamente do sertão...

Blues, literatura, futebol e o...Diabo!!!!

Seguindo a minha promessa de não sustentar parasitas, sábado, investi meu belo dinheirinho reservado ao clássico, (quem me conhece sabe que foi meu primeiro clássico no radinho), no Show de encerramentos da II oficina de Blues de Curitiba. “Mó sonzera, véio!” . Programa de primeira com a nata dos músicos brasileiros.
E foi, neste ambiente, curtindo Robert Johnson...que pintou um insight...entendi a situação do Paraná Clube...Eu quase que nada sei. Mas desconfio de muita coisa...
Conta a lenda que Robert Johnson teria vendido sua alma para o diabo na encruzilhada das rodovias 61 e 49 em Claksdale.Em troca, o tinhoso (para mais sinônimos, Grande Sertão : Veredas) teria que torná-lo um grande guitarrista.
“Vender sua própria alma...Invencionice falsa!”
Verdade ou invencionice falsa é que o mito foi tomando corpo e difundido por Son House e em algumas músicas de Robert, como “Crossroads Blues”! Nestas alturas vocês devem estar se perguntando...o que tem a ver Blues, Literatura e Futebol? Eu respondo: “O Diabo!!” Sim, o Demo...reparem...Robert Johnson vendeu sua alma e tornou-se um grande guitarrista. O Atlético vendeu seu clube (para o Pai/tralha de todos eles) e se tornou campeão brasileiro e nós, o Paraná Clube...para os empresários...e fomos para a segunda divisão.
Sei não...acho que ficamos com o restolho do inferno!!!!! Chegamos atrasados! Nas prateleiras...Miranda, Vavá...e séquito: Joelson, Vandinho, Massaroca...!!!!! Sei lá... ou a nossa alma paranista não tem valor no inferno ou até pra escolhermos o “coisa-ruim’ somos incompetentes...pão ou pães, é questão de opiniães...
Em tempo...acho que todos os diabos são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros!!!!

Jogo difícil, mas...

Paraná 4 x 0 Paranavaí

Jogo difícil, mas... ...o que conta, mesmo, são os três pontos!!! Clássico na Vila, ganhamos do atual campeão paranaense, rsss...! Em outros tempos, diríamos "ganhamos ao natural" (ahhh...os jargões...)!

Saulo: "- Temos que respeitar o Paraná Clube, como fazem com Atlético e Coritiba." e digo mais Tigre...a começar pelos "óme" que dirigem nosso clube!!!!!

FEBEAPA

Cianorte 2 x 2 Paraná

Massaro: "Não prometo gols, mas muita luta. Se os gols vierem, melhor. Sei do histórico do clube, de sempre contar com grandes artilheiros"

Quarta-feira...dia de Novena!!!!!

Hoje irei cumprir minhas obrigações religiosas. Decidi ir à Igreja! Pedir por mim e pelo meu Paraná!!! Quase no final do brasileiro, depois de cinquenta promessas, fiquei bravo com a Padroeira do Brasil! Por que não atendia meu pedido? Milhares de pessoas sofrendo, a nação tricolor não merecia aquilo (o argumento de time mais honesto, não adiantava mais!!). E ela? Nada!!! Nem um resultadinho! Pensei que era minha fé, muito pequena! Até que, em uma transmissão da Globo, entendi!!! Um torcedor "curintiano" carregava uma "baita" imagem de Nossa Senhora (vcs viram?) e percebi, naquela hora, que os nossos destinos estavam selados!!! Ela, do auto do seu amor e sabedoria, não poderia ser ao mesmo tempo justa e injusta. Rebaixou os dois!!!! Hoje, pedirei perdão e, aproveitando, se ela der uma mãozinha contra oParanavaí e fizer um milagre na Arena...eu já me sentiria um pouco mais feliz e mais cristão!!!!

FEBEAPA

Festival de besteiras que assola o Paraná!!!

Será difícil o torcedor precisar o dia em que o Festival de Besteira começou a assolar o Paraná?

Ao mestre com carinho
Prof. Miranda!!!

Um conto de Sérgio Porto - A velha contrabandista

http://www.atica.com.br/images/materias/pdfs/pgl23.pdf

Pérolas

Paraná 1X1 Iguaçu
Tonet : "...resultado não foi tão ruim!"

Londrina 3X2 Paraná
Vavá: "...O Paraná tá no caminho certo!"

Paraná 0Xo Toledo
Nem: "...Aqui não tem mais come e dorme!"

Depois destas pérolas (Mt 7:6) , só mesmo uma bela e sonora arrotada!!!!

O Torcedor - Carlinhos de Oliveira

Jogam Flamengo e Botafogo, e meu coração se divide. Como qualquer brasileiro, nasci Flamengo; mas, aos 18 anos decidi romper com todos os preconceitos, e mesmo com as crenças mais sensatas que vinha acumulando. Para começar tudo de novo. Resultado: fiquei sem um céu para onde ir depois da morte, e sem um time de futebol que me fizesse experimentar simbolicamente, nos fins de semana, as alternativas de vitória e derrota em que se resume a aventura humana. Uma tarde de domingo, jogavam Botafogo e Fluminense em partida final de campeonato. Toda a cidade estava no Maracanã. Andei pelas ruas desertas, indiferente à sorte do campeonato. Cheguei ao Metro Copacabana e entrei para ver um filme infantil. Lá dentro eram raros os adultos. Na saída, com o sol já se apagando, fui andando na direção do Roxy, e na minha frente ia uma família muito jovem: o marido com uns quarenta anos, a mulher grávida de seis meses. O marido levava ao colo um menino, e a mulher conduzia pela mão dois outros meninos. Fui andando a pensar na alegria que eles teriam se dentro de três meses nascesse a primeira menina. Provavelmente iriam ter o quarto filho apenas para alegrar ao homem, cujo sonho era ser pai de uma gentil criança do sexo feminino. A jovem senhora grávida era bela, de traços finos; usava sandálias sem alças e mostrava uns pés verdadeiramente sublimes. Íamos andando assim quando topamos com um cidadão que, encostado a uma árvore, ouvia um rádio de pilha. Ao vê-lo, o homem, a mulher e as crianças ficaram paralisados. O homem e a mulher se entreolharam em silêncio e ficaram ainda algum tempo indecisos. Depois, o homem, sempre com o filho caçula no colo, aproximou-se cautelosamente do cidadão que ouvia o rádio e falou:
- Por favor...Quanto foi o jogo?
- Seis a dois – disse naturalmente...
- Ah, seis a dois...Mas para quem?
- Para o Botafogo, naturalmente...
- Naturalmente! – exclamou então o pai de família, e a jovem senhora ficou com o rosto iluminado. Os dois meninos que iam a pé pularam de contentamento. O pai entregou à mulher o filho de colo, beijou-a na testa, de adeus aos outros filhos e saiu correndo na direção de um táxi e seguiu para o Túnel Novo.
Fiquei curioso para saber o que se passara. Contemplei algum tempo a jovem mulher que seguia agora o seu caminho, com dois filhos pela mão, um terceiro no colo e um quarto na barriga. Adiantei-me e lhe disse:
- Queira me desculpar, mas...Que foi que houve?
- O Botafogo venceu – disse ela – e ele foi para a sede do clube comemorar.
- Mas - insisti -, se ele gosta tanto assim do Botafogo, por que diabo não foi ao Maracanã? Por que se meteu no cinema?
- Para evitar o enfarte! – disse ela, com simplicidade e também com uma espécie de triunfo na voz.
- Ah, sim... O enfarte...
A mulher e os filhos seguiram caminho. Entrei num bar e pedi um cafezinho. A partir daquele dia o meu time seria o Botafogo.

Ano passado os gastos foram excessivos...pipocas, circo e palhaços! Não, não foi com o palhaço Chicharrão ou com a família Queirolo, antes fosse - que saudades!!!!!!! Mas foi em um circo montado na Vila mais famosa de Curitiba...Vila Capanema!!! Jogadores pipoqueiros, um "dono de circo" com seu freak show e nós... os palhaços...

"Hoje tem marmelada? Tem sim senhor! Hoje tem goiabada? Tem sim senhor! E o palhaço, o que é? Torcedor do Paraná!"

Este ano, só no radinho...como dizia o Lombardi - acho que tô ficando velho - "com o ouvidinho grudado no radinho de pilha...", ET...Transamérica, aguentando o chato do Fernando Gomes! Gastarei meu suado dinheirinho em teatro, cinema, livros e circo...Ô Circo!!!!

Dica: Literatura 51 - O Circo e a Cidade: histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba.

A obra, que conta a trajetória da família Queirolo, o mais importante grupo circense do Paraná!